31 maio 2010

Mulheres a beira de um ataque de nervos

Paciente chegou para fazer exame cerebral e eu, surpresa porque ele parecia jovem demais para estar pesquisando demência e velho demais para pesquisar déficit de atenção, comecei a sua história:

eu:           "Por que pediram este exame para o senhor?"
paciente:  "Eu tenho esquecido as coisas."
eu:           "Que tipo de coisas?"
Paciente: "Aniversário de namoro, dia das mulheres...esse tipo de coisa."
eu:          "Sua mulher te mandou ao médico."  E isso foi mais uma afirmação que uma pergunta.
Paciente: "Pois é...dia dos namorados chegando..."

Vamos ao velho sistema de lista de conclusões aqui do blog?
1. Se isso fosse doença, creio que mais da metade da população masculina estaria enferma.
2. As mulheres são loucas. Mas a dele ganhou o concurso da mais neurótica do mundo. Pode retirar a faixa de vencedora no consultório psiquiátrico mais próximo a sua residência e leva totalmente digrátis uma camisa de força.
3. Alguém duvida que essa mulher é aquele tipo que daqui a um tempo começa a desconfiar do cara e termina no Linha Direta? Uma palavra: ME-DO.

28 maio 2010

Reflexões sobre a vida balzaquiana

Então, né...vou ter que mudar a descrição ali ao lado do blog porque já faz um ano que tenho 30, e alguns anos que minha idade não é mais vinte e poucos.
E aí que estava pensando duas coisas sobre isso:
1. Lembro que uma vez Angélica deu uma entrevista falando como ela tinha mudado TOTALMENTE depois dos 30, tinha se tornado madura e menos ansiosa. Sinto informar que ou eu não fiz 30 (e minha mãe numa sacanagem master me registrou como tendo nascido uns 5 anos antes da minha real data de nascimento) ou não estou tomando alguma medicação que ela estava tomando na época (prozac? lexotan?).
2. Nunca tive nenhuma doença, fiz nenhuma cirurgia, me internei. NADA. Tenho uma saúde de ferro. Ou melhor, tinha, do verbo "não tenho mais". Parece que para compensar tantos anos maravilhosamente saudável, foi só cruzar esta pequena fronteira que me levou ao mundo balzaquiano, que apareceram a sindrome de Sjogren, a doença de Hashimoto e o esporão de calcâneo. Já me vejo daqui a 20 anos com uma saquinha de remédios na bolsa, não sendo nem mais capaz de lembrar o nome de todos já que, dada a extensão, minha receita lembra muito a bíblia.
Vou ali checar com a minha mãe se minha data de nascimento é real e já volto.

25 maio 2010

Porra, vizinha!

A vizinha do apartamento de cima usa salto alto a noite.
Pergunte como eu sei...

Explicações para o final de Lost

...o roteirista teve um AVC e chamaram as pressas o cinegrafista para filmar o que desse na cabeça.

...o roteirista andou assistindo muita novela brasileira.

...o roteirista quis sacanear os babacas que acompanhavam a parada há 6 anos.

E qualquer uma dessas faz com que eu me sinta uma idiota. Vou ali jogar fora meus dvds e nem volto.

09 maio 2010

Das voltas que o mundo dá...

...porque como diria uma velha amiga: as vezes ele gira 360 graus. Tudo bem que ela na verdade estava provavelmente querendo dizer 180, mas aqui na minha história os 360 se encaixam perfeitamente, então vamos nos ater a eles:

A pessôua saiu daquele esquema bebum de faculdade e se integrou ao mundo sóbrio dos adultos bem ajustados, aí ela encontra uns amigos de faculdade num aniversário e acontece o que?
Quem respondeu: "enche a cara" só vai ganhar metade da questão da prova.
Ela bebe três, eu repito, TRÊS copos de cerveja e... bem, ela perde o carro.
Tem coisa mais fim de carreira do que percorrer metade das ruas da Urca, morrendo de vontade de mijar, enquanto aperta o botãozinho do alarme como se fosse um dos personagens de Lost na escotilha?

Alguns vão dizer: perdeu só o carro? Mas e a dignidade?
Gente... sério... dignidade? O QUE é isso?

5 coisas sobre você

Eu não sou muito de meme, mas a Karine foi tão simpática ao me passar este que não posso me furtar a responder. Não passarei a ninguém, mas sintam-se em casa para responder nos comentários. Adoro saber mais sobre todos!


5 coisas bonitas na minha aparência:
1. Meu colo. Sempre fui fã de um bom decote e devo admitir que muito disso é por causa do meu nada modesto soutien 46.
2. Meu nariz. Não muito grande nem muito pequeno, bem feito.
3. Minhas mãos. Pequenas e macias. Coisas de quem nunca precisou muito lavar louça...hehe
4. Minhas sobrancelhas. Desculpem, mas sem falsa modéstia são perfeitas. Nunca precisei fazer.
5. Minha boca. Cheia e bem desenhada.


5 coisas legais na minha personalidade:
1. Meu senso de humor
2. Minha inteligência
3. Meu companheirismo. Aquela velha história de "amigo meu não tem defeito. Inimigo, eu boto."
4. Minha falta de medo de me apaixonar. Posso tomar na cabeça mil vezes, mas nunca perco a vontade de conhecer alguém que faça valer a pena
5. Minha cabeça aberta para as opiniões alheias. Respeito diferentes religiões, mesmo sendo atéia. Respeito posições políticas, orientações sexuais...

5 elogios que recebo sempre:
1. Que sou inteligente.
2. que sou engraçada
3. que sou bonita
4. tenho um cabelo bonito
5. e vez ou outra alguém homenageia o meu...bem, o meu...er, colo. Vide o "Te amo espanhola" que ganhei outro dia. ;-)
 
 

04 maio 2010

Você sabe que está viciado em Lost quando...

...começa a jogar na megasena com os números 4 8 15 16 23 42.
Dúvida: ainda estou sã?

01 maio 2010

A massacrante felicidade dos outros - Martha Medeiros



“Há no ar certo queixume sem razões muito claras”.

Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com
profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro
delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo
estando tudo bem.

De onde vem isso?

Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta
Antonio Cícero, uma música que dizia: "Eu espero/ acontecimentos/ só
que quando anoitece/ é festa no outro apartamento".

Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito
animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha
convite.

É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e
impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser.

Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na
grama do vizinho.

As festas em outros apartamentos são frutos da nossa imaginação, que é
infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias.

Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas
angústias, revelam poucas suas aflições, não dão bandeira das suas
fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes
paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão
animada assim.

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde
coisíssima nenhuma.

Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e
também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os
motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados.

Pra consumo externo, todos são belos, sexy, lúcidos, íntegros, ricos,
sedutores. "Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus
conhecidos têm sido campeões em tudo"..

Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e
olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta
overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta.

Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica
difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem.

Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias,
desilusões e recomeço, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia.

Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras
fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores?

Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão
de modelo exige?

Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você
sai de casa?

Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes
enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé?

Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista.
“As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.”




Eu sempre me senti assim.